quarta-feira, 11 de junho de 2014

Sobre a minha capa pessoal e intransferível de invisibilidade

Você vê, né, cara, a vida é meio escrota (não, Augusto, seu discurso não vai me fazer parar de usar a  palavra escroto em todas as minhas frases pelo menos duas vezes).

Sabe aqueles dias que nossa, velho, que dia legal. Pode não ter acontecido nada demais, mas você sente que foi um dia bacana. Aí, a "dádiva" do homo sapiens sapiens entra em ação. Puta que pariu.

Eu odeio pensar. Pensar me faz botar coisas na minha cabeça que não necessariamente são verdades, mas fazer total e pleno sentido pro meu subconsciente. Tipo a minha plena certeza de que ninguém gosta de mim. Não é "não gostar de mim" no sentido romântico da expressão (até porque não gostar de mim é um favor que você me (e se) faz), mas "não gostar de mim" no sentido... sei lá. Eu não faço a menor diferença na vida das pessoas.

Eu sou um poema parnasiano. As pessoas olham pra mim e o pensamento geral é sempre "caralho, pra que essa porra existe?". Basicamente.

E não é toda aquela histó(óóóóó)ria melodramá(áááááá)tica de "sou odiado por todos, as minhas inimigas estão sempre à espreita". Não. É não fazer diferença mesmo. Estando lá ou não, não muda em nada. Eu sou meio neurótica com isso.

Esse tipo de pensamento piora quando eu vejo umas paradas tipo "Fulano entrou na faculdade com 11 anos e aos 15 já tava no doutorado". Bate mesmo aquela onda de náusea e você se pergunta o que te impediu de entrar na faculdade aos 11. Caralho, galera, aos 11 eu não sabia nem fazer conta de arme e efetue direito. EU ERRAVA CONTA DE SOMAR. E me vem um filha da puta desse entrando na faculdade quando eu achava que faculdade era jogar chapéu pra cima. Olha, vá pra merda. (Eu não lembro o nome do cidadão, mas essa parada dos 11 anos aconteceu mesmo e quem me mostrou foi uma amiga minha) (Achei o nome do filha da puta. É Hugo Grotius. É esse que eu vou pegar 12:40 na Praça do Rink. Parafraseando a Rainha Pretinha, "vai eu, a tesoura e a navalha")

Eu vejo umas cabeças brilhantes na minha sala e me dá vergonha de me assumir como um ser pensante. Sério, lá tem um pessoal fora desse mundo. E tem... eu. Aquele troço lá que nunca vai fazer uma mudança significativa no mundo pelo simples fato de não ter capacidade pra isso. Mais uma vez, não é melodrama pra ficar gente em cima de mim falando "ai, nada a ver, você é isso e aquilo e bla bla bla" porque eu odeio isso. É uma parada que já tá aceita dentro da minha cabeça. As pessoas podem falar o que elas quiserem, eu não vou mudar de opinião. É tipo filme de terror. Eu não vou deixar de ter medo porque alguém disse que é tudo mentira. Porra.

E essa sensação de ser uma grande pedaço de nada não é só na área intelectual. É na vida mesmo. É olhar ao redor e perceber que você é estepe no círculo de amizades, por exemplo. Poucas pessoas vêm falar comigo
a) sem querer alguma coisa ou
b) tendo outras pessoas pra conversar.

Eu não sou primeira opção de ninguém. Eu sou aquele curso com 0,724 candidatos por vaga e nego só faz porque não passou em nada mesmo. Nada. Nada, tipo, nada. Nem a quarta opção do indivíduo conseguiu amparar a queda.

Mas é compreensível, se formos parar pra pensar bem. Eu que sou eu não sou minha amiga, por que diabos os outros seriam? Eu não seria minha amiga nem se eu não fosse eu mesma.

E assim segue a vida, gente. Os estepes são uma parte fundamental da vida, também. Pelo menos, eles estão sempre ali na mala do carro à sua disposição, enquanto você nunca sabe até que ponto se pode confiar no pneu que está em uso.

(PELO MENOS EU SOU CRIA DO MEU PROFESSOR DE FÍSICA. Damn, right????)

domingo, 1 de junho de 2014

Sobre pessoas fazendo o que elas fazem de melhor

Olha, eu queria dizer que eu não dou a mínima. Mas eu sou uma péssima mentirosa.

Eu ligo sim. Não deveria, mas ligo. É difícil não se importar quando uma mesma coisa acontece várias vezes. É tipo ignorar treze furacões no mesmo lugar. "Não, é só coincidência. Tem nada de errado lá não. Tudo sob controle". Tá.

Caralho, por onde eu começo? Primeiro existe essa pessoa, que eu gostaria de não gostar tanto. Um dia desses, eu percebi que andava tratando o dito cujo de uma maneira meio fora do usual, meio grossa além do normal. Sentei e parei pra pensar.

Antes, um comentário: subconsciente é uma parada maravilhosa mesmo.

Continuando. Percebi (não sem correr por dias e dias de mensagem no Whatsapp) que eu sequer me lembrava e nem conseguia achar registros do indivíduo perguntando como eu estava. Dias e mais dias só falando sobre essa pessoa. Sobre os amigos dessa pessoa. Sobre os problemas dessa pessoa. Consolando essa pessoa.

Era por isso que eu andava tão irritada, até magoada, toda vez que o referido me ligava ou mandava alguma mensagem. De alguma forma, eu sabia que era pra pedir favor, pra fazer alguma coisa. Até quando o dito cujo ficava feliz em me encontrar eu já sabia que alguma coisa eu ia ter que fazer.

Isso me lembrou muito de como eu era "explorada" pelas minhas "amiguinhas" quando eu era pequena e, puta merda, só deus sabe como isso me magoa até hoje. PORRA, NEM UM BOM DIA, NEM UM "COMO VC TÁ?" FINGIDO SÓ PRA JOGAR O ASSUNTO DEPOIS. NADA. Nada.

Puta vontade de chorar. Pera aí.

Ok, beleza.

Parei pra prestar atenção nisso esses dias. Não queria sair falando merda sem ter certeza, perguntei pra Mariana. Ela confirmou. Doeu.

Eu deveria estar acostumada, né? Com as pessoas me fazendo de capacho. Óbvio que sim. Eu sou a idiota que faz tudo pra agradar os outros sempre. [pausa]. As pessoas (essa em especial) tem como certa a minha ajuda, então não é grandes coisas se eu for lá e fazer, sabe?

Isso dói. Eu passei por tanta (TANTA) coisa ruim esse ano (ainda estamos em junho). Mas é aquilo que dizem, cara, quem tá contigo nos momentos ruins, tá sempre. Foi triste não ver Essa Pessoa por lá quando eu pensei em desistir da escola e da faculdade, quando eu não queria mais ver a luz do sol, quando eu tava mal a ponto de só ouvir Daughter por dias e dias e dias e dias (Daughter é a minha consolação melancólica, o que eu ouço quando bate a crise).

"Você é minha amiga de verdade, te amo"

Eu não vou chorar, porra. Desiste.

Ok, continuando.

Amiga de verdade, claramente. Amiga de verdade não correspondida. Aquela que fica lá(áááááá) atrás, no fundo da sua cabeça, mas é a primeira de quem você lembra quando precisa de alguma coisa. E tem a certeza que a babaca vai lá e vai fazer.

Porra, perceber isso dói tanto. Ser a unrequited friend da única pessoa que eu nunca esperaria que fosse.

Chega desse assunto, vamos pro próximo. Tão doloroso quanto.

Existe essa outra pessoa. Uma das melhores que eu já conheci. Detesto falar sobre isso, mas imprimi uma folha escrito "E DAÍ?" e estou dando com ela na minha cara porque é preciso (mentira, não fiz isso, mas faria se a impressora não estivesse no outro quarto). Faz muito tempo desde que o dito cujo número dois falou decentemente comigo (longa história), mas ainda somos muito amigos (pelo menos eu acho que sim).

Faz um tempo que eu ando incomodada com a presença dessa pessoa em alguns aspectos da minha vida e, novamente, sentei e (chorei) (chorei porra nenhuma) fui refletir sobre. Mais uma descoberta: estou triste, magoada e com ciúmes.

Sim, porra, eu sou ciumenta pra caralho. E vou além, sou possessiva.

Sou raça ruim mesmo, porque NÃO CONTENTE ainda sou extremamente orgulhosa, naja e quieta.

Então eu fico aqui. Com raiva, mas sem razão nenhuma. Triste, amparada por todos os motivos. Tendo ciúme de quem pode falar com você com a naturalidade de um rio correndo.

Às vezes tenho a impressão de que A Referida Pessoa não liga mais. Até porque, já se passou tanto tempo desde que estamos nessa que só a babaca não desistiu. No discurso, ainda existe a mesma amizade forte e inabalável de antes. Mas então porque eu sinto a estrutura ruir?

Sei lá, pode ser coisa da minha cabeça. Mas ver você falando com todas essas outras pessoas, dizendo pra elas o mesmo que dizia pra mim... Dói. No mínimo, dói.

Eu sinto falta, poxa. É tão errado assim sentir falta de uma amizade como a nossa? E a culpa nem foi minha!

"Ué, se sente tanta falta d'A Referida Pessoa, vai falar com ela!"

Esse é o problema. Eu não tenho permissão.

Eu, como a má influência que sou.