quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Sobre divagar(,) sobre devagar

Há um tempo atrás, eu li um daqueles tweets invasores de timeline que dizia "20 minutes of work out is better than zero minutes of work out"(Em tradução livre, "Vinte minutos de exercício é melhor que zero minutos de exercício"). Isso foi o estopim pra eu tomar vergonha na cara e voltar a malhar, não só pela questão estética (aliás, essa parte no momento anda bem pouco relevante), mas pra controlar a minha ansiedade. Sabe todo aquele blá blá blá de "exercício físico ajuda a controlar a ansiedade, melhora nos estudos e aumenta a concentração!!!!!". Então. Não sei se procede, porém. To testando agora. Se tudo der errado, pelo menos eu fico gata. I fail to see downsides to this.

De qualquer forma, esse tweet aparentemente inofensivo me fez pensar numa quantidade de coisas. Tipo, isso é válido pra qualquer parada. Fazer pouco todo dia é melhor que não fazer nada, saca? É aquela mesma história da galinha que de pouco em pouco enche o papo. A cada pouco que você adiciona, no final você tem um todo gigantesco.

Mas parece que a maior parte das pessoas meio que esquece disso, deixa de lado, não quer lembrar. As pessoas esperam que as coisas caiam sobre o colo delas totalmente feita, prontinha, maravilha. Mas não é assim que as coisas acontecem. Tudo leva tempo, tudo precisa ser construído sobre alicerces fortes que demandam um certo esforço pra serem feitos.

Eu mesma sou muito assim, de não construir as coisas com paciência. Eu fico aqui esperando o Véu Do Conhecimento Matemático cair glorioso sobre a minha cabeça assim como a Coroa Dourada Da Não-Reprovação Em Química (*whispers* assim como O Louro Sagrado Do Dom Do Songwriting). Mas isso não vai acontecer nunca; sou eu quem tem que ir lá e pegar o véu e a coroa (rola o louro também, @deus?). Mas o caminho (tortuoso, das Pedras Ardentes Dos Simulados e Os Espinhos Demoníacos Das Notas Baixas) até lá não me é dito, eu só tenho uma orientação: estudar. Eu tenho que estudar o bagulho. Mas não é com uma sentada de duas horas que, pronto, agora eu tenho meu PhD. É uma coisa de todo dia. Um crescimento contínuo.

Mas nós todos somos muito imediatistas. Tudo tem que ser inteiro e agora, senão já era. Acabou o interesse, a motivação, a vontade. O tempo é muito curto, hoje em dia. As pessoas não se dedicam o quanto elas poderiam se dedicar porque a cabeça delas está no que elas têm que fazer depois, nos filhos que chegam às cinco, no queijo que acabou, na pia que quebrou e precisa ser consertada. E, sei lá, acho que eu já to falando merda, acho que saí completamente do que ia falar no início. Que seja.

Dar com a cara na parede (nem sempre de forma não-literal) faz parte de todo aprendizado. Falhar também é experiência, também é uma pedrinha a mais no seu castelo. Botar o que foi aprendido em prática e dar tudo errado faz parte. Já era pra estar dentro do esperado. Tirar uma nota baixa em Química não significa que, nossa, acabou a esperança por aqui, já era, eu nunca vou aprender isso, chega de tentar por hoje (eu tenho que começar a me dar mais ouvidos, aliás). Claro que não. Mas não é só falhar e esperar que tudo se ajeite sozinho (nossa, eu tenho mesmo que me dar mais ouvidos). Reconhecer os seus erros, se formos falar de pedrinhas novamente, deve adicionar umas quatro pedrinhas, cara. Talvez seja a parte mais importante de todo o seu aprendizado! Errar é importante!

O negócio é não achar que a) você já sabe tudo que você precisa saber com horas condensadas de trabalho e b) o mundo acabou e você é incapaz de fazer uma determinada coisa porque dela deu errado uma determinada vez.

O mundo não acabou. As flores ainda desabrocham, as folhas ainda caem das árvores quando o ambiente não é muito úmido e os coelhos ainda se reproduzem bastante.

E eu realmente não falei sobre o que eu ia falar. Que seja.

No momento eu to esperando uma lixa de unha cair do céu porque meus dedos doem ao digitar com dez tocos de madeira nos dedos. Você tá esperando o que?

(ADDENDUM: when you hear something difficult, dont back away)