domingo, 23 de março de 2014

Sobre lista de sonhos

Batalhei comigo mesma nos últimos dois minutos sobre fazer ou não uma lista de sonhos. Quer dizer, parecia uma ótima ideia listar todas as coisas que eu quero fazer na minha vida -- mas aí eu lembrei que eu morro de vergonha de falar sobre isso. O que não é lá um grande problema, considerando que esse blog é completa e inteiramente meu e só eu o leio. É o meu pequeno diário que eu com certeza vou esquecer de manter, assim como todos os outros. Não consigo fazer a mesma coisa todos os dias, não há rotina que me prenda. É foda.

Sonhos são meio que coisas muito pessoais demais. 

Sei lá, eu amo quando alguém fala dos seus sonhos. Os olhinhos brilhando, as bochechas vermelhas, aquele sorriso idiota. É um conjunto muito harmonioso. Dá vontade de ser harmonioso também.

Agora uma coisa completamente diferente é eu falar dos meus sonhos. Não. Nope. Não rola. Eu não sei o que é isso que me prende, mas as palavras morrem na minha garganta na mesma velocidade em que elas nascem. Acho que é por que uma grande parte do que você é -- o seu maior segredo -- fica exposta ao falar sobre isso. Muito se pode ser dito de uma pessoa a partir das metas e dos objetivos de vida dela. 

Mas e daí? Bora lá fazer o negócio. 

1. Trabalhar com música
E por trabalhar com música eu quero dizer ter uma banda, seguir carreira solo, sei lá. Qualquer coisa, desde que eu tenha um palco, minhas músicas e uma platéia bem quente gritando na minha frente. Qualquer coisa desde que eu consiga gritar e tirar de mim tudo que a arte quer. Qualquer coisa, desde que eu consiga tirar dos meus ombros o peso da criatividade acumulada. E isso é justamente o que eu não consigo falar sobre o Sonho Número Um. Porque soa idiota. E também porque é a coisa mais importante na minha vida. Não acho que eu iria aguentar ver alguém caçoando disso, e justamente porque é a coisa mais importante da minha vida. E merece quantas repetições forem necessárias. A coisa mais importante da minha vida

2. Aposentar o meu pai
Tá, a gente não tem lá uma relação muito amigável. Meu pai é a pessoa mais mandona que eu conheço, e eu DETESTO (em letras garrafais) ser mandada. Não. Dá. Tá vendo como eu não duraria cinco minutos num emprego normal, com chefe e tudo mais? No momento em que aquele bosta viesse me dar ordem, maluco, ia dar merda. E também tem toda aquela coisa de o meu pai ter conquistado meu respeito com base no medo, o que significa que, sim, eu tenho medo dele. Não é o tipo de respeito que se conquista, mas o que é imposto, sabe? Ou você me respeita, ou você me respeita. Talvez porque não existe privacidade que resista ao imenso nariz do meu pai. Sério. Seu Roberto quer fuçar em tudo, saber de tudo, saber com quem eu estou falando (por mais que eu já tenha dito os mesmo cinco nomes várias vezes, mas a idade é um problema sério. Aí eu tenho que ficar repetindo. Adivinha? Odeio repetir). De qualquer forma, meu pai trabalha que nem puta nos finais de semana. Nem férias tira. E a maior parte do mau-humor dele (falei do mau-humor dele? DEUS, QUE CARA MAU-HUMORADO) vem do estresse do trabalho. E o cara merece, aturou desaforo murmurado meu por dezessete anos. 

3. Sustentar o Colégio Herculano Pires
O Herculano Pires é um projeto do meu (infelizmente, ex) professor de Sociologia e Filosofia (a.k.a um dos melhores -- se não for o melhor -- professores que eu já tive na minha vida). Não sei explicar bem como isso aconteceu, mas eu sinto como se o colégio fosse um pouquinho meu também. Talvez porque ele compartilhou tanto essas ideias e esse amor incondicional por elas que acabou chegando em mim, tomando um pedacinho pra si. O André tá conseguindo bem devagar colocar esse sonho dele em prática (ele que, diferentemente de mim, não tem medo de jogar os próprios sonhos pro mundo), e eu prometi a mim mesma há dois anos que, assim que eu tivesse condições, eu manteria sozinha esse colégio. Nem que eu morra de fome e more debaixo da ponte. Esse sonho dele agora é meu também.

4. Levar a senhora minha mãe no túmulo da Lady Di
Minha mãe é fascinada pela Diana. Ela falando do Charles é a coisa mais engraçada do mundo, tem que ver. De qualquer forma, eu queria que mamãe visitasse o túmulo dela, nem que fosse só pra fazer uma oração pra ela lá. 

5. As tatuagens
Contam como sonho pra mim, falou? Falou, valeu. Então, eu tenho várias tatuagens pra fazer:
- um ankh
- o "RIO"
- o "liberte-se"
- o "Veni, Vidi, Vici" a.k.a a primeira que eu vou fazer e somente sob uma condição secreta
- aquele quote de Will Grayson, Will Grayson, o “Some people have lives; some people have music.”(não preciso explicar essa, não explicaria sem se precisasse)
E tem mais algumas, mas eu não me lembro.
Ah.
Lembrei.
- o "the state of dreaming" que, não só é uma música da Marina & The Diamonds, mas é a música da M&TD. Sério, essa música fala comigo em níveis espirituais.

Por enquanto, é só isso que eu consigo me lembrar. Existem alguns menores, coisas não tão significantes quanto essas. Prefiro deixá-las guardadas. Você preferiria também. 

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