terça-feira, 25 de março de 2014

Sobre ser inteligente e elogios

Eu tenho tanto pra falar sobre isso que eu não sei nem por onde começar (normal).

Velho, o que é ser inteligente? É saber muito sobre uma coisa só ou saber razoavelmente várias coisas? É assimilar rápido? O que vale mais: a inteligencia acadêmica ou a inteligencia da vida, a concepção e percepção do mundo? O quanto você tem que saber/o que você precisa ter/o quão rápido você precisa aprender sobre um determinado assunto pra ser considerado inteligente? A inteligência é tão subjetiva quanto a beleza? Se sim, por que, então, as pessoas (pelo menos a maior parte delas) levam mais em conta um elogio à sua inteligência do que um à sua beleza, se tudo no final das contas é uma questão de mera opinião?

Meio foda isso.

Não sei direito o que pensar sobre. As pessoas dizem que eu sou inteligente e eu tenho vontade de socar a cara delas por isso. Toda vez que alguém diz "nossa, você é muito inteligente!" a merda já está feita. O meu cérebro vai voltar aos questionamentos dali de cima e eu vou ficar frustrada por não ter as respostas (uma das minhas muitas obsessões é ter resposta pra tudo) e vou ficar num loop infinito de perguntas POR CULPA SUA (em letras garrafais porque sim). E nem adianta perguntar pra pessoa o porquê (já pensei nessa possibilidade) porque o máximo de resposta que eu vou ter vai ser um "sei lá, você sabe as coisas".

Sim, sei muitas coisas. Principalmente quando eu olhos pra primeira questão de Química da série branca do meu roteiro de estudos e eu percebo que eu não faço a mínima ideia do que fazer. Nossa, como é vasto esse meu conhecimento. To em lágrimas.

Fala sério.

Se sou referência em inteligência, o mundo está pior do que eu pensava. A minha óh-tão-ilustre inteligência é tão mínima e insignificante que chega a dar pena. Eu não sei direito nem matéria da escola, quem dirá saber de fato coisas relevantes fora do universo escolar. Existe tanto por aí pra ser aprendido que eu me sinto constantemente uma criancinha, um bebezinho que ainda não aprendeu nem a desenhar ainda e fica fazendo aqueles rabiscos na folha falando que são os pais, tá ligado?

 "Nossa, Marcela, como você é ingrata! As pessoas te elogiando e você aí falando merda." Cara, não é isso. Eu fico feliz ("feliz") quando alguém me acha inteligente, só não acho que essa pessoa tenha motivos pra isso. Tipo, Da Vinci era inteligente. Darwin era inteligente. Galileu era inteligente. Hilton é inteligente. Giovana é inteligente. André é inteligente. Nelsinho é inteligente. Eu não. Vamos deixar isso bem claro aqui.

Já deu pra perceber que me elogiar resulta em merda, né? Vou agradecer por fora, mas por dentro eu to tendo convulsões cerebrais porque esse é mais um assunto que eu não tenho resposta pra nenhuma das perguntas e, Jesus Cristo, que ódio que isso dá.

É tipo quando falam que eu sou bonita ("bonita"). É mais ou menos assim:

"Nossa, como você é bonita!"
"Asjfkldjlvkdvdl obrigada!"
3,44 segundos depois, dentro da minha cabeça meio dantesca: "Tá querendo alguma coisa, só pode"

Talvez isso seja porque esses são elogios, digamos, fáceis de se dar. Você pode ver alguém e falar "nossa, como essa pessoa é bonita" ou "nossa, como essa pessoa é inteligente" porque nenhum desses elogios requer um olhar mais aprofundado, além de serem super subjetivos. Vai da concepção de cada um sobre beleza e inteligência. Não me entenda mal, eu fico super feliz em me enquadrar nas suas concepções de beleza e inteligência, mas isso não diz nada sobre mim. Não chega perto de desvendar as primeiras letras do que eu sou.

Gosto dos elogios que mostram pelo menos um pouco de dedicação na Arte De Observar Pessoas. Tipo, teve uma vez que um menino me disse que meus dentes eram perfeitos. Cara, que tipo de pessoa repara nos dentes de outra? E é exatamente disso que eu to falando! Uma pessoa que diz que "eu sou bonita" claramente não observou cada detalhe, tipo os meus dentes. SEI LÁ, isso soa muito estranho (muito mesmo), mas eu dou mais valor aos elogios incomuns, elogios que requerem observação.

Pra você achar alguém bonito só lhe custa um par de olhos. Mas quantos pares de olhos lhe custam de fato ver uma pessoa?


OBS: Tá tudo confuso de novo. Pensar mil coisas ao mesmo tempo realmente tá sendo um grande empecilho na minha vida. Poxa.

Eu pensei em escrever sobre isso enquanto conversava com a minha parceira de assuntos legais, Mariana, e eu lembrei que André me chamou de filósofa e eu quase morri porque akldçkçlkhnlfjyyk. <André3


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